domingo, 5 de abril de 2009

F1 na Malásia

Após 18 anos, tempestade encerra GP. Button só leva metade dos pontos

Inglês vence após excesso de água tornar a pista impraticável. Falta de luz natural causa fim prematuro na Malásia

Button venceu GP, mas só levou metade dos pontos

Após 18 anos, uma tempestade encerrou uma corrida de Fórmula 1 antes da distância regulamentar. Desde o GP da Austrália de 1991, quando Ayrton Senna venceu, isto não acontecia. Neste domingo, foi a vez de Jenson Button ganhar a metade dos pontos do GP da Malásia, já que o fim da prova foi decretado antes de completar 75% do total de quilometragem, após 31 de 56 voltas.

Com isso, o inglês da Brawn GP assegurou a segunda vitória consecutiva na temporada, mas só levou cinco pontos para casa. Nick Heidfeld, da BMW Sauber, acertou na tática e com um pit stop, terminou na segunda posição. Timo Glock, da Toyota, que fez boas apostas nas trocas de pneus, primeiro para o intermediário e depois, de chuva, completou o pódio malaio.

Blog Voando Baixo: deixe sua opinião sobre o GP da Malásia!

Jarno Trulli, da Toyota, ganhou a quarta posição na última troca de pneus ao superar Rubens Barrichello, da Brawn GP. O brasileiro fazia uma boa corrida, mas foi outro dos prejudicados pela tempestade que desabou na Malásia. Mark Webber, da RBR, terminou na sexta posição em Sepang.

Confira a classificação do Mundial de Pilotos!

Lewis Hamilton, da McLaren, foi o sétimo e marcou seu primeiro ponto no campeonato. Nico Rosberg, da Williams, que liderava a corrida antes do primeiro pit stop, caiu bastante após a loteria dos pit stops, e leva para casa apenas meio ponto.

Felipe Massa, da Ferrari, que tentou fazer trocas nos momentos certos, não conseguiu entrar na zona de pontuação por causa do caos na hora dos pit stops. Nelsinho Piquet, da Renault, foi o 13º, duas posição atrás de Fernando Alonso, seu companheiro de equipe, que correu atrapalhado por uma infecção no ouvido.

Confira a classificação do Mundial de Construtores!

A próxima corrida da temporada 2009 da Fórmula 1 será disputada no dia 19 de abril, na China, às 4h (de Brasília), no circuito de Xangai. Jenson Button, com 15 pontos, e Rubens Barrichello, com 10, chegam à terceira prova do campeonato à frente dos rivais Jarno Trulli, com 8,5, e Timo Glock, com 8.

Chuva e falta de luz natural torna corrida caótica em Sepang

A corrida começou com pista seca, mas nuvens ameaçadoras cercavam o circuito de Sepang. Na largada, Nico Rosberg pulou de quarto para primeiro enquanto Jenson Button, Jarno Trulli e o surpreendente Fernando Alonso dividiam a primeira curva.

Ainda na primeira volta, Button repassou Alonso rapidamente. O espanhol tinha um carro muito pesado por causa da gasolina e estava segurando o ritmo dos pilotos que estavam atrás dele. Rubens Barrichello, que pulou para quinto na largada, ficou preso atrás do bicampeão durante um tempo precioso.

Na frente, Rosberg e Trulli estavam mais leves que a dupla da Brawn. Button e Barrichello eram terceiro e quarto, respectivamente, e aproveitaram as voltas com pouco combustível para ganhar tempo em relação aos primeiros. Após a primeira rodada de pit stops, o inglês assumiu a liderança e o brasileiro colou no italiano da Toyota.

O céu ficou bem escuro e, na volta 18, a Ferrari decidiu colocar pneus de chuva no carro de Kimi Raikkonen, mesmo com poucas gotas no circuito. A mudança se revelou prematura e o finlandês perdeu mais de 20 segundos por volta.

Algumas voltas depois, a chuva caiu com mais força e todos os pilotos tiveram de entrar nos boxes. Apenas Glock optou pelos pneus intermediários, a aposta mais correta naquele momento. O alemão começou a escalar o pelotão e chegava a ser quase dez segundos mais rápido por volta que os líderes.

O alemão assumiu a liderança quando Button parou para colocar os intermediários. No entanto, o inglês recuperou a posição com facilidade, na volta em que retornou dos boxes. Quando todos decidiram trocar novamente os pneus, abandonando os de chuva, a tempestade caiu de vez em Sepang.

A corrida viu mais uma rodada de pit stops, com todos os pilotos voltando para os pneus de chuva forte. Mas a chuva já era bem intensa e tornou a pista impraticável em Sepang. O safety car entrou na pista na 31ª volta e a direção de prova interrompeu a corrida na passagem seguinte, com a bandeira vermelha.

Todos os carros ficaram parados na reta dos boxes, enquanto aguardavam uma decisão da direção. Após quase uma hora de paralisação, a corrida foi encerrada pelos comissários, principalmente pela falta de luz natural, porque a chuva já tinha diminuído sua intensidade.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Ação social, mas não é Weber

Esta semana parece que começou o meu ano, esse enigma cronológico é fácil de ser explicado. Depois de três meses de férias que foram para mim quase uma eternidade, por isso que estes tantos dias sem os ares acadêmicos foram batizadas de férias eternas. Não via hora de começa as aulas e revê inúmeras pessoas, amigos e ativa meus projetos transformadores.
Nesses dias de volta a ativa e as agitações universitárias, certos acontecimentos ocorrem como uma cronologia baseada na ansiedade e dúvidas sobre a minha vida pessoal. Consigo percebe de maneira clara e sei defini como ocorre toda situação, esse conflito existencial ocorre por certas ações que não estão acontecendo. Imagine você que quer fazer algo, mas por algum motivo não pode pratica tal ação e por outro lado você sabe que tal ação pode acontece. Porém, você é impedido de fazer tal ato e digamos que por um detalhe técnico essa ação não ocorre.
O que fazer ? Corre? Espera o tempo passa?
Espera o tempo passa pode ser uma boa, mas acaba gerando mais ansiedade.
Acho que vou fazer o seguinte, irei pensa positivo, isso ajuda (risos).

Alguém conseguiu entender as minhas sutilezas?

Entre em contato comigo para me ajudarem a solucionar tal dilema.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Raul Seixas

Vamos ao som de Raul Seixas com seu espírito transgressor. O Raul sabia como poucos a crítica os tiranos da sociedade, principalmente os senhores do regime militar.


terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Novidades inter planetárias


Astrônomos conseguem detectar atmosferas de mais dois planetas


Duas equipes de astrônomos anunciaram ontem ter conseguido detectar a presença de atmosferas em um planeta fora do Sistema Solar --pela primeira vez sem a ajuda de um telescópio espacial. Artigos publicados pelos dois grupos, que não têm relação entre si, abrem uma nova perspectiva para o estudo desses corpos celestes difíceis de encontrar.

Até agora, apenas cerca de 300 dos chamados exoplanetas foram detectados: um número bem menor do que teóricos acreditam que exista na Via Láctea, a nossa galáxia.

Além disso, praticamente tudo o que se sabe sobre atmosferas desses corpos se baseia em dados do Telescópio Espacial Spitzer, que observa na faixa dos raios infravermelhos, mas está a poucos anos de se aposentar.

Agora, porém, gases que recobrem planetas de dimensão similar a Júpiter foram detectados pelo equipamento principal do ESO --o Observatório Europeu do [Hemisfério] Sul-- e pelo telescópio Magellan Baade, ambos no Chile. As equipes que fizeram a descoberta são da Instituição Carnegie, de Washington, e do Instituto Astrofísico de Paris. Ambas estavam estudando a mesma estrela e identificaram o mesmo planeta, batizado ao final com a sigla OGLE-TR-56b.

Clima hostil

Segundo Mercedez Lozes-Morales, da Instituição Carnegie, a detecção foi possível porque o planeta encontrado apresentava condições ideais para tal. "A receita do sucesso é um planeta que emita muito calor, mas quase não tenha vento em sua atmosfera", afirma.

Em outro estudo, a ser publicado no periódico "Astronomy and Astrophysics", astrônomos holandeses detectaram emissões térmicas de um planeta chamado TrES-3b.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Eleição do Senado pega fogo

PMDB põe obstáculos para acomodar tucanos em comissões e na Mesa Diretora; candidatura de Tião Viana ganha sobrevida

"Sentimos mais clima na relação com o Tião. A impressão era a de que estávamos barganhando cargos", disse líder do PSDB

A cúpula do PSDB anunciou ontem à noite o apoio do partido à candidatura de Tião Viana (PT-AC) à presidência do Senado após o fracasso das negociações com o PMDB. O anúncio dá sobrevida à campanha do petista, que vinha sendo desidratada desde a entrada de José Sarney (PMDB-AP) na disputa.

"Sentimos mais clima na relação com o Tião. A impressão era a de que estávamos barganhando cargos. Estamos provando que isso não era verdade", disse o líder do partido, Arthur Virgílio (PSDB-AM).

A decisão dos tucanos se deu em uma reunião em Recife (PE) entre Virgílio, o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra (PE), e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE).
Até o início da semana, o apoio do PSDB a Sarney era dado como certo. Mas, nos últimos dias, os ânimos se acirraram. Confiante na vitória, o PMDB colocou obstáculos para acomodar os tucanos Tasso Jereissati (CE) na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) e Eduardo Azeredo (MG) na CRE (Relações Exteriores). Além das duas comissões, o PSDB queria emplacar Marconi Perillo (GO) na primeira vice-presidência, e ainda desejava a quarta secretaria.

O PSDB enviou aos dois candidatos uma carta-compromisso com 12 pontos. Tanto Viana quanto Sarney concordaram em atender os pleitos -um deles era a garantia de que não haveria apoio a uma eventual proposta que permita o terceiro mandato do presidente Lula.

Os articuladores da campanha de Sarney foram informados, ao longo da noite, do encontro tucano, até que a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA) recebeu um telefonema de Virgílio anunciando a decisão. Peemedebistas ouvidos pela Folha disseram já esperar o resultado, já que não tinham como atender os pleitos tucanos.
Mesmo assim, o PMDB diz contar com pelo menos seis votos dos 13 da bancada tucana. Eles avaliam que o partido, independente da decisão de cúpula, chegará à eleição rachado. O voto é secreto. Já Viana comemorou a reviravolta: "Eles confiaram na carta-compromisso de que vamos fazer um trabalho de independência no legislativo. Não reivindicaram nenhum cargo", disse.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), peemedebista contrário à eleição de Sarney, disse à Folha que participaria do encontro com os tucanos. "O Sérgio me chamou e eu vou convencê-los a apoiar o Tião", disse Jarbas, antes do encontro. "A candidatura do Sarney é uma invenção do Renan [Calheiros] que, depois de voltar de ser alvo de denúncias, quer ter uma volta triunfal", disse.

Mais tarde, porém, Virgílio disse que a reunião se deu apenas com integrantes do PSDB, e que eles encontrariam Jarbas ainda na noite de ontem.

DEM
Apesar do revés com os tucanos, o DEM, por unanimidade, formalizou ontem o apoio a Sarney com o discurso de que optou por um "não-alinhamento" ao Palácio do Planalto.
"A opção do DEM é muito em cima da necessidade de o Congresso desempenhar o papel de equilíbrio e não alinhamento com o Palácio do Planalto. O poder Legislativo e o Executivo, neste momento, não podem se concentrar num único partido político", disse o líder do DEM, José Agripino (RN).

Questionado se não via José Sarney como uma figura alinhada ao Planalto, Agripino respondeu: "Não, não vejo. E nem ele se coloca como tal. Ele é candidato de partidos da oposição e da base do governo".

Fonte: Folha de São Paulo

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Carta de Marx para Abraham Lincoln

Já fazia muito que eu procurava está carta de Marx escrita para Abraham Lincoln. A primeira vez, que tinha ouvido fala foi em um vídeo no Youtube do professor Paulo Ghiraldelli. Espero que vocês gostem de saber de tal carta. Este documento histórico ainda é bastante desconhecido da maioria das pessoas. Por favor, divulguem esta carta.



A Abraham Lincoln, Presidente dos Estados Unidos da América

Karl Marx

22 - 29 de Novembro de 1864


Senhor,

Felicitamos o povo Americano pela sua reeleição por uma larga maioria. Se a palavra de ordem reservada da sua primeira eleição foi resistência ao Poder dos Escravistas [Slave Power], o grito de guerra triunfante da sua reeleição é Morte à Escravatura.

Desde o começo da titânica contenda americana, os operários da Europa sentiram instintivamente que a bandeira das estrelas carregava o destino da sua classe. A luta por territórios que desencadeou a dura epopeia não foi para decidir se o solo virgem de regiões imensas seria desposado pelo trabalho do emigrante ou prostituído pelo passo do capataz de escravos?

Quando uma oligarquia de 300 000 proprietários de escravos ousou inscrever, pela primeira vez nos anais do mundo, «escravatura» na bandeira da Revolta Armada, quando nos precisos lugares onde há quase um século pela primeira vez tinha brotado a ideia de uma grande República Democrática, de onde saiu a primeira Declaração dos Direitos do Homem e de onde foi dado o primeiro impulso para a revolução Europeia do século XVIII; quando, nesses precisos lugares, a contra-revolução, com sistemática pertinácia, se gloriou de prescindir das «ideias vigentes ao tempo da formação da velha constituição» e sustentou que «a escravatura é uma instituição beneficente», [que], na verdade, [é] a única solução para o grande problema da «relação do capital com o trabalho» e cinicamente proclamou a propriedade sobre o homem como «a pedra angular do novo edifício» — então, as classes operárias da Europa compreenderam imediatamente, mesmo antes da fanática tomada de partido das classes superiores pela fidalguia [gentry] Confederada ter dado o seu funesto aviso, que a rebelião dos proprietários de escravos havia de tocar a rebate para uma santa cruzada geral da propriedade contra o trabalho e que, para os homens de trabalho, [juntamente] com as suas esperanças para o futuro, mesmo as suas conquistas passadas estavam em causa nesse tremendo conflito do outro lado do Atlântico. Por conseguinte, suportaram pacientemente, por toda a parte, as privações que lhes eram impostas pela crise do algodão , opuseram-se entusiasticamente à intervenção pró-escravatura — importuna exigência dos seus superiores — e, na maior parte das regiões da Europa, contribuíram com a sua quota de sangue para a boa causa.

Enquanto os operários, as verdadeiras forças [powers] políticas do Norte, permitiram que a escravatura corrompesse a sua própria república, enquanto perante o Negro — dominado e vendido sem o seu consentimento — se gabaram da elevada prerrogativa do trabalhador de pele branca de se vender a si próprio e de escolher o seu próprio amo, foram incapazes de atingir a verdadeira liberdade do trabalho ou de apoiar os seus irmãos Europeus na sua luta pela emancipação; mas esta barreira ao progresso foi varrida pelo mar vermelho da guerra civil.

Os operários da Europa sentem-se seguros de que, assim como a Guerra da Independência Americana iniciou uma nova era de ascendência para a classe média, também a Guerra Americana Contra a Escravatura o fará para as classes operárias. Consideram uma garantia da época que está para vir que tenha caído em sorte a Abraham Lincoln, filho honesto da classe operária, guiar o seu país na luta incomparável pela salvação de uma raça agrilhoada e pela reconstrução de um mundo social.


Notas de fim de tomo:

A Guerra Civil na América (1861-1865) opôs, nos Estados Unidos, os Estados industriais do Norte e os Estados escravistas do Sul, que se rebelaram contra a abolição da escravatura. A classe operária da Inglaterra opôs-se à política da burguesia inglesa, que apoiava os plantadores escravistas, e impediu a ingerência da Inglaterra na Guerra Civil nos Estados Unidos.

A Mensagem da Associação Internacional dos Trabalhadores ao presidente Abraham Lincoln dos Estados Unidos, por ocasião da sua reeleição, foi redigida por Marx por decisão do Conselho Geral. No auge da Guerra Civil nos Estados Unidos esta mensagem teve uma grande importância. Sublinhou a enorme importância da guerra contra a escravatura na América para os destinos de todo o proletariado internacional. Apoiando todos os movimentos progressistas e democráticos, Marx e Engels educavam no proletariado e nos seus elementos de vanguarda na Internacional uma atitude verdadeiramente internacionalista em relação à luta dos povos oprimidos pela sua libertação.

Trata-se da Declaração de Independência, adoptada em 4 de Julho de 1776 no Congresso de Filadélfia pelos delegados das 13 colónias britânicas da América do Norte; o congresso proclamou a separação das colónias norte-americanas na Grã-Bretanha e a formação de uma república independente: os Estados Unidos da América. Nesse documento foram formulados princípios democráticos burgueses tais como a liberdade da pessoa, a igualdade dos cidadãos perante a lei, a soberania do povo, etc. Todavia, a burguesia e os grandes proprietários fundiários americanos violaram desde o início os direitos democráticos proclamados na Declaração, afastaram as massas populares da vida política e mantiveram a escravatura, que privava os negros, que constituíam uma parte importante da população, dos direitos mais elementares da pessoa humana.

A crise do algodão foi provocada pela cessação do fornecimento de algodão vindo da América, em virtude do bloqueio dos Estados escravistas do Sul pela Marinha dos nortistas durante a Guerra Civil. Uma grande parte da indústria algodoeira da Europa ficou paralisada, o que se reflectiu duramente na situação dos operários. Apesar de todas as privações, o proletariado europeu apoiou decididamente os Estados do Norte.

A Guerra da Independência das colônias inglesas na América do Norte (1775-1783) contra a dominação inglesa foi causada pela aspiração da nação burguesa americana, em formação, à independência e à supressão dos obstáculos que entravavam o desenvolvimento do capitalismo. Em resultado da vitória dos norte-americanos foi criado um Estado burguês independente: os Estados Unidos da América.

Primeira Edição: Escrito entre 22 e 29 de Novembro de 1864. Publicado em The Bee-Hive Newspaper, n.º 169, de 7 de Janeiro de 1865.

Fonte: . Obras Escolhidas em três tomos, Editorial "Avante!"

Tradução: José BARATA-MOURA (Publicado segundo o texto do jornal. Traduzido do inglês.).

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Após assumir Obama assina decretos que limitam o consumo de combustível e as emissões de gases

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, assinou nesta segunda-feira decretos que limitam o consumo de combustível e as emissões de gases do efeito estufa pelos automóveis. O democrata afirmou em coletiva que as medidas criarão 450 mil empregos na área energética e que economizarão U$ 2 bilhões aos americanos.

"A medida colocará 450 mil americanos para trabalhar com investimentos em energia limpa, permitirá dobrar a energia alternativa em três anos e criará uma economia de US$ 2 bilhões por fazer os prédios federais mais eficientes no consumo", disse Obama, em coletiva na qual não poupou críticas ao legado de seu antecessor, George W. Bush.

"O tempo Washington se arrastar acabou", disse Obama. "Quero deixar claro que fizemos nossa escolha, não seremos mais reféns de regimes hostis e de um planeta em aquecimento. É hora de escolher um futuro que é mais seguro para o país e para o planeta."

Obama afirmou ainda que, com a aprovação do Congresso, vai aumentar os padrões de eficiência do consumo de combustível dos veículos das atuais 27,5 milhas por galão para 35 milhas por galão. "Isso pode representar uma economia de dois milhões de barris de petróleo por dia, quase todo o petróleo que importamos do Golfo Pérsico", disse Obama, acrescentando que as indústrias terão até 2011 para se adequar ao novo padrão.

A administração Bush tentou encerrar o ano de 2008 com os novos padrões de regulamentação da eficiência, mas desistiu diante da crise financeira e de seus graves efeitos na indústria automobilística.

Na entrevista coletiva, Obama ressaltou diversas vezes que as medidas não visam prejudicar a já enfraquecida indústria automobilística e sim permitir que elas de adaptem às necessidades do futuro e que sejam competitivas.

"Queremos quebrar o ciclo de dependência de energia e garantir que nossa indústria automobilística seja competitiva. [...] Nosso objetivo não é ser um fardo sobre a indústria que sofre com a crise, mas ajudá-la a ser competitiva, produzir os carros de amanhã e galvanizar a empresa para os anos que estão por vir", afirmou o democrata, que assumiu a Casa Branca na terça-feira passada (20), com promessas de investir no ambiente e no combate ao aquecimento global.

Emissão de gases

Obama afirmou ainda que os novos decretos assinados por ele permitem reduzir os limites para emissões de gases que causam o efeito estufa por veículos, pick-up e caminhões.

Ele ordenou novas diretrizes à Agência de Proteção Ambiental para que mude uma resolução de 2007 feita no governo Bush que impede os Estados de determinar os próprios índices de tolerância de emissão de gases.

A mudança atende a um pedido do governo californiano para a revisão da lei. O governo de Arnold Schwarzenegger tem como prioridade os temas ambientais e quer reduzir em 30% a emissão de gases poluentes dos veículos, até 2016.

"Califórnia mostrou coragem em seu propósito e 12 Estados seguiram seu exemplo. O governo não incentivou e ficou no seu caminho. [...] Meu governo não negará fatos, será guiado por eles", disse Obama, em clara crítica a Bush.

O presidente afirmou ainda que não tem ilusões sobre o desafio de investir em energia limpa e encerrar a dependência de combustível estrangeiro em um dos maiores consumidores mundiais de petróleo. "Mas nós temos os recursos para mudar, temos cientistas, empresas e trabalhadores com capacidade de mudar", disse Obama, acrescentando que as medidas visam o "bem da economia, nossa segurança e a de nosso planeta".

"Devemos ter a coragem de mudar", completou Obama, pedindo uma coalizão global para fazer frente ao desafio de combater a mudança climática. "Faremos com que a China e a Índia façam sua parte, como faremos a nossa".