Neste segundo semestre tive a oportunidade de ter aulas de sociologia com Joaze Bernardino Costa, professor adjunto da Universidade Federal de Goiás, a sua área de atuação é ação afirmativa, trabalho doméstico e teorias da descolonização.
Que recentemente realizara uma palestra sobre o Dia da Consciência Negra, 21 de novembro de 2008, com o seguinte tema “Combatendo o racismo epistemológico”. Por sinal, uma excelente palestra, a maneira pela qual o assunto foi abordado despertou inúmeras idéias nos ouvintes que estavam presentes, principalmente a minha pessoa.
A discussão do tema foi referente à presença do racismo no âmbito acadêmico, tudo isso remete algumas questões, voltemos o nosso olhar ao passado. Para dar uma ilustrada ao assunto de hoje, vou mostra trechos de alguns artigos.
O problema do preconceito já existe desde de Francis Bacon que em pleno século dezesseis já se preocupava e alertava com objetividade sobre o perigo e a necessidade de dissipá-los através da ciência. E adotou uma terminologia especial para designar os preconceitos inconscientes ou não: ídola (ídolos).
(http://www.giseleleite.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=374355)
3ª nota: o sistema racista na África do Sul, no Brasil e nos Estados Unidos 7
Tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos e na África do Sul, o racismo, como ideologia, foi uma forma transitória de justificativa da ordem social da escravidão ou colonização, primeiro, e depois do colonato, servidão ou parceria. Ou seja, a subordinação e a sujeição política e econômica dos negros foram primeiro, justificadas pela conquista e pela força dos senhores, e apenas mais tarde pela inferioridade biológica e/ou cultural dos sujeitados, antes de passarem a ser justificadas pela pobreza e pelas características individuais e grupais dos sujeitados. Tem razão, neste aspecto, Michel Foucault, mais que Louis Dumont, quando vê o racismo como uma variante da doutrina da guerra das raças, por sua vez herdeira da doutrina do direito como força, e não como uma variante do individualismo igualitário.
(REVISTA BRASILEIRA DE CIÊNCIAS SOCIAIS - VOL. 14 No 39)
Joaze Bernardino Costa, especialista em relações raciais:
ações afirmativas e melhora do ensino
Um dos temas falado era a respeitos das cotas nas universidades brasileiras. No dia 23 de novembro saiu no jornal Diário da Manha, uma entrevista de Joaze Bernardino, dizendo algo a respeito de ações afirmativas.
“O sistema de cotas é um marco histórico na UFG e requer ações à altura, além de acompanhamento constante de desempenho para o melhoramento e aperfeiçoamento do programa”, defende Joaze Bernardino Costa, professor do programa de pós-graduação em Sociologia da UFG, especialista em relações raciais e um dos proponentes do Programa de Ações Afirmativas da Universidade.
Segundo ele, a medida cumpre uma demanda histórica de setores sociais e o princípio de igualdade entre a população. As ações afirmativas frisam, não vão contra a necessidade de melhoria do ensino fundamental e médio, apenas tentam reduzir o efeito da exclusão nas universidades públicas por meio de uma medida paliativa até que a educação básica atinja o nível ideal de ensino. “Vários estudos e estatísticas mostram que, para chegar a esse nível, levaria cerca de 30 anos. Não podemos esperar passivamente.”
Joaze se baseia em pesquisas para afirmar que a diferença de pontuação entre o aluno aprovado e o imediatamente não aprovado é quase nula. “Não há como aprovar um aluno com média 4 no vestibular para reprovar outro que tem média 4. Isso não existe e está comprovado por meio de simulações. Então, quando falamos em programa de ação afirmativa, é nessário esse tipo de intervenção como está sendo feito em mais de 70 universidades públicas em todo o País, visando à igualdade material de direito a todos, e de fato e não só no discurso.”
O professor completa que as universidades que aplicam ações afirmativas como a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e a Universidade de Brasília (UnB) mostram que alunos aprovados por cotas apresentam desempenho superior e menor nível de evasão escolar na maioria dos cursos.
Eles enxergam essa oportunidade como única e abraçam essa chance com maior ímpeto, acredita o especialista em relações raciais. Para Joaze, o vestibular não é o sistema que melhor avalia alunos para o ingresso na universidade. Quando esses alunos iniciam o ensino superior, começam tudo do zero e eles podem demonstrar todo o seu potencial. “Pesquisas feitas pela Universidade de São Paulo (USP) e UNB apontam que nem sempre o melhor aluno do vestibular tem o melhor desempenho na universidade.” Para o professor, alunos de escolas públicas ou negros têm uma trajetória de dificuldades, sabem enfrentar adversidades e não têm dificuldades na faculdade.
O techo da entrevista foi tirado do jornal Diário da Manhã
E o resto é autoria de Douglas Jeremias
2 comentários:
Ahhhh que showww!!!
Gostei muito dessa palestra do Joaze!!
Valeu a pena !
Abraços Querido douglas ...
Teu blog está Muiiiiiito bom .. gostei .... é isso aê ... sempre atualizado e Ligado em nossas relaões..=)
Beijinhoooo
Adorei o blog!!!
E concordo com a Rayza: A palestra foi ótima!!! Vamos continuar na luta por ações afirmativas e democratização do ensino superior!!!
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